O humorista Nego Di, conhecido nacionalmente por sua participação no Big Brother Brasil e por seu trabalho no stand-up, atravessa agora o período mais sombrio de sua trajetória. Ele foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pelo crime de estelionato. A sentença, proferida pela Justiça gaúcha, aponta que o ex-BBB liderava um esquema que causou prejuízo financeiro a diversas vítimas.
O caso envolve a venda de cotas publicitárias fictícias em um programa de rádio que nunca saiu do papel. De acordo com o processo, Nego Di e seus comparsas convenceram empresários a investir valores significativos com a promessa de veiculação de anúncios em um programa que jamais foi ao ar. A prática, segundo a decisão judicial, era estruturada para ludibriar as vítimas, utilizando o carisma e a fama do réu como instrumento de persuasão.
O esquema teria ocorrido entre os anos anteriores à sua fama nacional e continuado até mesmo após sua participação no reality show. As investigações revelaram que, além do uso de uma imagem pública consolidada, havia um roteiro padronizado para a abordagem das vítimas, com contratos, propostas comerciais e até simulações de gravações que nunca seriam divulgadas.
Durante o julgamento, a defesa de Nego Di alegou que não houve dolo, sustentando que os contratos eram parte de um projeto real que não foi adiante por razões comerciais. No entanto, a Justiça não acatou a argumentação e considerou que havia intenção clara de enganar, evidenciada por repetidas abordagens fraudulentas e ausência de prestação de contas aos anunciantes lesados.
A pena imposta foi baseada na reincidência do réu, na gravidade das fraudes cometidas e na organização do grupo envolvido. A juíza responsável pela sentença destacou que o uso da notoriedade pública para aplicar golpes conferiu ao crime um agravante ético, ampliando o dano social da conduta.
A repercussão do caso gerou surpresa entre fãs e seguidores do humorista. Nas redes sociais, a notícia dividiu opiniões. Enquanto alguns demonstraram apoio, alegando acreditar na recuperação do ex-BBB, outros cobraram justiça e reparação às vítimas. Ainda que a condenação não tenha transitado em julgado, o cenário é preocupante e coloca em xeque a imagem pública de Nego Di.
Além da condenação criminal, o humorista ainda pode enfrentar ações cíveis de indenização por danos materiais e morais, o que pode comprometer ainda mais seu patrimônio e futuro profissional. A expectativa agora gira em torno dos próximos passos da defesa, que deve recorrer da decisão.
O caso levanta um debate sobre a responsabilidade de figuras públicas e o limite entre a fama e a impunidade. Se antes o riso era sua principal marca, agora o nome de Nego Di se inscreve em uma página obscura da crônica policial brasileira. O humor, neste episódio, deu lugar à fraude — e o palco, ao tribunal.
